“Há 309 anos, 18 de Maio de 1711, nascia nesta Vila de Santa Marta, aquele que eu considero como o filho mais ilustre de toda história das Terras de Penaguião, FREI JOÃO DE MANSILHA. Dele e em sua homenagem, aqui deixo uma brevíssima nota biográfica:
Frei João de Mansilha, (18 de Maio de 1711- 25 de Dezembro de 1780): nasceu em Santa Marta de Penaguião, freguesia de S. Miguel Lobrigos. Frade Dominicano estudou teologia em Coimbra, foi lente de prima no Convento de São Domingos do Porto, Provincial e Reformador da Ordem.
Foi Frei João de Mansilha quem apresentou ao Marquês de Pombal as propostas dos grandes proprietários do Alto Douro para debelar a crise dos vinhos da região; propostas que, no essencial, assentavam na demarcação das zonas aptas a produzirem “vinho de feitoria” (vinho do porto) e na criação de uma Companhia que, comprando os vinhos, defendesse os produtores. Propostas aceites pelo Marquês e pelo Rei D. José que, através do Alvará Régio de 10 de Setembro de 1756, criou a Real Companhia de Agricultura das Vinhas do Alto Douro, e aprovou os seus Estatutos (redigidos aliás pelo próprio Frei Mansilha).
Inquisidor do Tribunal do Santo Ofício de Lisboa, deputado do Conselho Geral e Conselheiro do Rei, Frei João foi ainda, entre 1756 e 1777, o representante em Lisboa da Companhia, o que o consagrava, depois do próprio Marquês, como o “homem forte”, que tudo punha e dispunha na vida e ação da mesma.
Com a morte de D. José e a subida ao trono de D. Maria I, Frei João de Mansilha foi inabilitado, preso e por fim, desterrado por toda a vida, para o Convento de Nossa Senhora da Luz, em Pedrógão Grande, onde morreu no dia de Natal de 1780.”
Texto de Artur Lourenço Vaz